||| ESCOLA SECUNDÁRIA MANUEL DA FONSECA    SANTIAGO DO CACÉM

  Miróbriga
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RUÍNAS ROMANAS DE MIRÓBRIGAespañolespañol
  

História de Miróbriga
 

O estado de conhecimentos disponíveis leva a remontar a ocupação do cerro de Miróbriga pelo menos, ao século V-IV a.C., mas é possível que no final da Idade do Bronze já existisse uma ocupação. [...]
Em 133 a.C., quando da campanha militar de D. J Brutus, os habitantes de Miróbriga já estariam sob a influência de Roma ou pelo menos não eram hostis. Do período das guerras entre Pompeu e César não nos chegaram referências deste povoado, mas é provável que os seus habitantes estivessem, por questões de fidelidade, no campo de Pompeu, uma vez que no século I a.C.. Plínio assinala Miróbriga como oppidum estipendiário (povoados fortificados sem qualquer privilégio e que pagavam imposto).

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Na época da dinastia dos imperadores Flávios recebeu, possivelmente, o estatuto de direito latino ou romano, confirmando uma integração plena dos seus habitantes na cultura, economia e sociedade romana.
Esta ascensão de Miróbriga é marcada pela transformação urbana da cidade.
Miróbriga seria um povoado sem uma estrutura urbana romana. Nesta época iniciou-se a transformação urbana que passou pela construção do forum, do templo [...]. As obras continuaram no período da dinastia dos Antoninos, com a construção, primeiro das Termas Este e depois das Termas Oeste.
Não se dispondo de dados muitos seguros, pensa-se que a partir do século IV d.C. a cidade começou a entrar em lento declínio, acompanhando um processo em tudo similar a outras cidades do Império. Quando das invasões muçulmanas, ocorridas na região cerca do ano de 712. a cidade já estaria abandonada, sendo ocupado o cerro próximo, onde hoje se localiza o castelo medieval.

Luis Jorge Gonçalves,   in: A Época Romana na Costa Azul, Região de Turismo da Costa Azul, 1994

Intervencões Arqueológicas

Classificado como imóvel de interesse público desde 1940, afecto ao Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico desde 1982, o extenso complexo arqueológico de Miróbriga situa-se nas proximidades da cidade de Santiago do Cacém, concelho de Santiago do Cacém.
A primeira notícia que conhecemos sobre as ruínas de Miróbriga data do século XVI: O humanista André de Resende a elas se referiu como sendo uma povoação outrora chamada Merobrica. Baseava-se em Plínio, historiador romano do século I, que a situa entre a antiga Salácia (Alcácer do Sal) a Lacobriga (Lagos).
No século XIX foram objecto de escavações, promovidas pelo Bispo de Beja (e, mais tarde, Arcebispo de Évora), D. Frei Manuel do Cenáculo.
Investigadores de uma equipa luso-americana que aí trabalhou de 1981 a 1985 perfilham a opinião de que Miróbriga seria habitada, pelo menos, desde a Idade do Ferro, tendo as características comuns às cidades provinciais romanas. Dotada de um Forum com um templo dedicado ao culto imperial, situado no centro da praça e um outro templo, possivelmente dedicado a Vénus, o aglomerado urbano possuía ainda uma zona comercial -tabernae que se desenvolve a sul do Forum e uma hospedaria. As termas, compostas por dois edifícios de cronologias diferentes, apresentam os compartimentos usuais destas construções: zona de entrada, zona de banhos frios - "frigidarium" e zona aquecida - caldarium e tepidarium. O pavimento das salas era coberto de mármores, sendo as zonas quentes aquecidas pelo sistema de hipocausto, por onde circulava o ar quente.Calçadas construídas de xisto atravessavam o aglomerado e uniam os vários núcleos urbanos. Relativamente perto das termas pode ver-se uma ponte de um só arco de volta inteira.
Já nos anos quarenta do nosso século iniciaram-se trabalhos de pesquisa sistemáticos, impulsionados e orientados pelo Dr. Cruz e Silva, investigador natural de Santiago do Cacém.
D. Fernando de Almeida efectuou em Miróbriga diversas campanhas de escavação desde 1959 até à década de 70. Interpretando como templos os vestígios arqueológicos detectados no Forum, D. Fernando de Almeida defendia a tese de que Miróbriga seria um santuário com as necessárias infra-estruturas de apoio aos peregrinos: um complexo termal, habitações e um hipódromo destinado às festividades aí realizadas.

Filomena Barata in: Ruínas Romanas de Miróbriga, Câmara Municipal de Santiago do Cacém